segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

IKUKO

 



                     

                          

                              Sodade, meu bem, sodade, foi-se embora pro Japão, machucou meu coração. Ikuko, a baixinha do Cipango, como quase todos ali, olhou pra ele e riu. Rir é linguagem universal da amizade, do carinho do amor e ele sabia que dali alguma coisa ia sair. Y.M.C.A, Foi nele. Descendo para o café? The kogente chamava o café da Jandir

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

VAI TIRAR DALILA

       


              Sentados na pedra, ela e eu. Olhávamos o desfile n’avenida. brilhantes casacos de marmota, elegantes chapéus na cabeça. Assim se mostram as pessoas. Ó. Sentados na pedra, ela e eu mergulhados na multidão d’avenida saltitante d’homens caçadores, de fêmeas seminuas, como lobas no cio, retorcendo-se para o mundo, espalhando desejos inconfessos, ânsia de amar, de gozar e morrer. Vai buscar dalila, vai buscar dalila, rapaz! Vai tirar Dalila, vai tirar Dalila, rapá, daquela confusão. É o apocalipse. É o apocalipse, na tira. Jesus está voltando, irmão! Tá mesmo? E vai ser uma grande confusão. E eu vou comer, eu vou comê-lo, no meio da confusão! Vai buscar Dalila, vai buscar Dalila, irmão! Ih!

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

     



                      Ele estava sentado de pernas cruzadas, à maneira de Buda ela encostou a cabeça no colo dele e ele começou a desabotoar a braguilha. Eu a puxava pelas pernas e ela se agarrava a ele. Alguns amigos deles vinham pelo corredor expressando sons lascivos de um coito. Chegaram e olharam para mim, fazendo gozação, com os dedos na cabeça,  chamando-me. Você tá doido para que eu diga. Não vou dizer. Peguei de um serrote, ele estava bem afiado, cortar seu pescoço, força e não corria sangue e não morria e ela ria, de mim que chorava, gritando seu nome, pedindo perdão, ela ria. 

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

REFLORESTAMENTO

               

                  Que fazer? A máquina da destruição corre à frente da que contrói. Isto dói, isto dói.

 



                    Não me importo com eles, se  quiserem podem sair pelo mar. O mar é livre. Não querem livrez? Corpos boiando feito merda ao sabor da ondas. Não, ela não tem bigodim, nem pênis, né, Freud? Manca-lhe, um e lhe trás sofrência e no sofrimento do outro, a sublimação. má, só por isso. Perversa e pervertida. Que nos resta? Dizer é crime. Aqui, mesmo respirar, é crime. Falar, nem se fala. Tiram-te emprego, oportunidades, tudo muito silenciosamente e tu não sabes porquê estás sendo recusado. A ditadura do esquecimento, do ostracismo, do cancelamento. Você quer mais. Tiveram um bom mestre. Bons, superaram-no, alunos. E para entrares em alguns países tiram-te toda roupa, para se certificarem de não és um terrorista carregando uma arma secreta para matar pessoas. Por baixo do pano, minam ações e palavras que julguem ofensivas. Juízes da própria causa. E tu ficas paralisado, um dálite onde quer que se apresente.