Ela estava ali na sala, acho, não sei, quebrando licuri? Disse, parece, é tudo tão nebuloso, que ia fazer uns exercícios. Sentada, como estava, derreou-se, melhor, inclinou-se para frente. Observou que seu vestido suspendia mostrando parte da coxa e da bunda. Pediu-me que o puxasse, de forma a esconder o corpo. Fui ajeitar sua roupa, foi aí que percebi que ele estava ali, sentado, encostado na parede. Olhei para ele. Só para me frisar ele manda um beijo para ela. Quem era ele, não sei, alguém ali que frequentava a casa e talvez até morasse com a gente. Percebi então que estava excitado. Aí, peguei-o pelo pênis e o aticei no chão, ele parecia gostar, fiz isto várias vezes, mas parece que ele não se machucava, quanto mais batia, mais sorria. Sorria de mim, mangava de mim, fazia arrelia. Eu me sentia arreliado. Ela olhava sem dizer nada, mas parecia pedir que não fizesse aquilo, porque em vão, meu ato, em vão porque entre eles havia algo que não se acabaria com minha violência. Me sentia impotente. Dei-lhe uma última sacudida, jogando-o no chão com estardalhaço e acordei agoniado, fugindo da cama como quem foge do diabo. Tonto, não sabia o que fazer, peguei o violão e fui fazer uns arpejos que havia aprendido com o professor Alessandro Pennezi, assim passaria meu desespero, minha agonia. Tenho medo, tenho de evitar me aproximar de lugares perigosos, janelas, varanda. A gente nunca sabe como vai reagir e evitar é melhor. Difícil mesmo é suportar a angustia de não ter nenhum efeito o esforço que se fez e se faz para debelar um inimigo.
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