Hansje Nieuwenhuis, seu nome, me acolheu em sua pousada e fomos como irmãos. Gostava de sua companhia, seu humor dentuço, herdara do Brasil, mostrando alegre os dentes. Casara com um brasileiro e tinha um filho nascido em Belém, onde morara. Falava das mangueiras, da chuva diária, do Ver-o-Peso. do açaí, outras novidades, para mim. Tão grande o Brasil e nos falam tão pouco dele nas escolas que conhecemos mais a Europa do que nossa própria terra. Uma alienação proposital. Não amar nossa própria terra, não lutamos por ela. Hansje me fez ver que o Brasil é grande, belo e inexplorado. Vocês têm tanta riqueza e vivem na miséria. Vocês deixam os estrangeiros tomar conta do país e levar toda riqueza para fora. Se você imaginar como vive a gente do povo, você tem muita dó. Eu imagino, disse, sou do povo. Só não conheço o povo do Pará, mas posso imaginar.
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