sexta-feira, 29 de março de 2019

                  












                                                  Vou. Até onde me lembro, onde possa, onde ela me deixa, onde ele se mostre. Oh, Tágides minhas,  se corresses em nossas águas, pra dizer que éreis minhas, por certo, pedir-te-ia engenho e arte para buscar no mais profundo de mim o quanto há arrancando-o para sempre trazendo de volta a leveza, então. Ela estava atacada. Quando está assim, não adiantam argumentos. Só o silêncio a vence. O silêncio é de ouro, diz o mundo, e, há-de se repetir o lugar comum, pois é uma verdade. O vazio vale mais que o verbo.

domingo, 17 de março de 2019














                           
                          Vi, surpreso, enquanto cuidava dos cachorrinhos. Ela andava, pra lá e pra cá, nua, inteiramente, para que o cara a visse. Não tinha certeza. Tinha, ele?  Vi, não lhe dei atenção, cuidava de meu trabalho. Ardi, indignado. O que lhe faz agir assim? Quem me pode explicar? Aliviar-me desta angustia? Se felicidade não me podes dar, tampouco quero teu tormento. Vontade de esganar-la, mas, ao tocá-la não tinha forças. Expliquem-me, o porquê disto. Só aumenta o meu flagelo. Oh, magos de todo o mundo, trazei-me um milongo para mim.

quinta-feira, 7 de março de 2019











  


                                               



                                             Pediu-me para telefonar. Telefone, nascido de um ato de amor. Se não fosse Meucci, existirias? Ah. amigo Meucci, não sabias, no longínquo 1856, que teu telettrofono, iria me causar tantas dores. Inda assim, acedi. Quem estará lá? Que segredos trocarão? As cartas e os bilhetes eram mais denunciadores. Progresso. Muito bom. Traz conforto e comodidade, mas também angústia, preocupação e perigo. Dias virão, talvez, em que não se possa nada esconder. Mas será melhor que a dúvida?