Viena!! A enorme importância dessa cidade como umbigo cultural do mundo está meio perdida na memoria do mundo. Visitei no fim de 68 (pra me encontar com "nossa" norueguesa...) Arquitetura muito grandiosa, tipo mesmo de imperio. A Áustria é um país muito subestimado, merece muita atenção, disse Claudio e aqui, atenção, ele, não é só personagem, mas, autor, ipsis litteris copiado do zape. Por quê "nossa" norueguesa? Quem é? "Cecil", claro, não lembro voi foi embora mais como escrever o nome dela). Não lembra que vc me apresentou a ela quando vc embora de Paris?... "Sissel"?, Aqui, também, dele. Claudio Solano. Ah, Sissel. Lembro demais dela.Tenho vontade de falar com ela. Você se lembra de Dina. Logo agora, este Schubert me toca o nostálgico Trio no. 2, Op. 100. Que saudade, Verás, tu, a Sissel, ainda? Te vejo, cabelo e olhos. Olhos e cabelos. Dei-ta. Oh! Outras seguirão. Seguiram? Todo momento é único, goza-o, como se derradeiro fosse. Sissel, Sisel.Ver-nos-emos inda que por alguns instantes? Sissel! Onde andará, tu sabes, Claudio?
Foi em Graz, acho que segunda cidade da Áustria. Foi aprender alemão. Se sofisticou, tipo modelo de capa da vogue, se descobriu linda, como já sabíamos. Já não mais a parisiense ou aquela de Oslo que visitei no fim do verão de 68. Longa viajem de trem correndo atrás de memória ainda recente. Uma semana depois, trem de volta passando por Viena pra Paris, daí Londres. Nunca a vi ou soube. O tempo é arapuca da mente. Dá pra imaginar Sissel vovozinha, de rosto nórdico enrugado porém ainda com a beleza daqueles olhos cor de romanc e manhoso relembrando os tempos do sexo solto com amigos brasileiros na Paris revolucionária de 68? Êta gostosura dolorosa essa tal de memória! Meu reino por notícias dela e do que já foi. Compensa a certeza de que, se ainda viva, ela também deve indagar por aqueles tempos intensamente felizes, quando esquecíamos do futuro em dias soltos cheirando a gás lacrimogênio das barricadas noturnas com a policia e carros incendiados, e noites de amores quentes nos quartinhos do sexto andar, cientes de estarmos vivendo a História politica do país e pessoal dela e nossa, ou madrugada a dentro na Place de la Contrescarpe ou descendo o Boulevard St. Michel e passeando sem tempo nem rumo pelas margens do Sena. Quanta crueldade deixar aqueles presentes escaparem e virarem passados impossíveis! Principalmente quando esse futuro quase imprestável e se descolorindo insiste em bater à porta, pela úlltima vez, sem promessas de retorno.
- Rapaz, é muito lindo. Vou colocar no livro, que será de nós dois.
- Fico muito honrado, claro! Incrível tempo, aquele, não? Referência absoluta pros tempos de depois, Tanta água rolou dali pra frente e no entanto parece tão ontem!