segunda-feira, 1 de outubro de 2018

DE WALLETJES, DE WALLEN







                                 
                                    Rapaz, fui, um dia, ao Bairro da Luz Vermelha. Juro que fiquei com medo. Eu, Hansje, Luiz, depois te falo dele, havia mais alguma pessoa, Sanne, talvez, não me recordo. Ás vezes nem me lembro que comi ontem. Imaginem. Impressionante, a tolerância do holandês. Um bairro imenso, de prostituição, bares, restaurantes, cafés, casas de jogos, lojas de objetos sexuais, as sex shops,   cinemas eróticos, teatro, casas de strip-tease e até um museu de sexo. Uma loucura. Há, se não fosse a Hansje, que interferiu, naquele dia, teria apanhado de um gigolô. Por fazer eu, gozação das prostitutas, falava em português com Hansje, mas um dos caras percebeu que eu estava fazendo gozação e veio me abordar. Quando estava o cara parado, numa bicicleta, me interpelando. Ele falava em holandês, claro que não entendi, mas como o corpo fala mais do que a língua, logo percebi que estava correndo perigo. Hansje interferiu e lhe disse que não entendia holandês, nem tampouco estava falando das prostitutas. O cara não aceitou bem a ideia, mas me deixou em paz mandando que eu fosse embora dalí. Sai, escabriado. Embora nunca tenha apanhado de ninguém momento tive medo. Sabia que o cara não estava sozinho, outros por ali estavam observando, esperando só o momento de começar a violência. Estes ambientes, em toda parte do mundo são muito violentos e não se deve titubear. Saímos quase correndo. Hansje, me reprovou depois, eu teria feito isto só para me exibir e quase apanhamos, porque na hora do vamos ver, todo mundo cairia no tapa.