segunda-feira, 16 de setembro de 2019







        



                             Amsterdam, Amstelredamme que fazes tu nestas horas, onde uns dormem o sono dos justos e outros vivem a vígília dos vadios, dos malfeitores, das prostitutas, dos insanos, dos depressivos, dos que trabalham para dar lazer aos notívagos? Tu que vistes viver Van Gogh e Rembrandt e aturaste o mestre Bento Espinosa, como estás a esta hora? Quantos gritos, quanta dor, agora tu suportas? Cala a mão do cafetão batendo na quenga, Ina, a bela e doce Ina. Dois filhos pra criar na Moldávia com a avó. E quer estudar, e precisa comer e vestir. Oh! vil metal, em que mãos estás? Eu, vendendo o  corpo pra comer. Mondo cane. Cavara, Jacopetti e Prosperi imaginariam isto? O que é preciso destruir para reconstruir? Ik wil dat un dood.  Aí eu corro pra galera.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019












                              Uma diz que devo dar graças a Deus por ter-me posto dentro de sua casa, outra, sou pai apenas para pagar suas vontades. Digam-me, então, que Deus é este? Um bom filho da puta que permite a exploração de uns sobre os outros. Eu queria mesmo que existisse Deus para estar cara a cara com ele e cuspir na cara dele. Se é o tal, o bom, o misericordioso por quê permite tanta ignomínias? Onde está a justiça dele? Por quê permite ele tanta gente ruim no mundo? Se todo poderoso é, por quê não manda matar a metade dos que vivem na terra? E lá eu stou preocupado em que eu vá no meio? Limpe-se a terra. Hiroshima e Nagasaki não serviram de exemplo. Os milhões que a Igreja matou, foi mesmo que nada. Mate-se, Mate-se, Mate-se, o homem se reproduz mais que rato. Estas guerras são muito tímidas, é preciso matar mais gente, talvez sobrem alguns bons, posto que vaso ruim não quebra, mas talvez o ditado não se confirme. ??? Por quê não voltas Gengis Kan? Por quê continuas escondido, sem que se saiba onde estás? E tu Tamerlão, Ferro-Manco, por quê não vens emparedar esta gente? !!! O outro faz  velório para cachorro com flores, música fúnebre e  carpideiras. A nós, os ossos. Que venham os guerreiros encapuzados de foice em riste despencando sobre as cabeças ocas, vazia, ou cheias de merda. Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer, não é verdade Pessoa?

domingo, 8 de setembro de 2019


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                               Moiras, Parcas minhas, revela-me o segredo que me atormenta. Um dia tudo não será revelado, por quê esta atroz espera? Se novo, nada há sob o sol, por que me não revelar antes? Se embaixo, no fundo mar, estiver, diz-me,  jogar-me como pedra pesada na tua busca, que não leve esta angustia para os infernos, onde não mais possa discernir a verdade. Choro agora, enquanto não secam a lágrimas que levam ao abismo. Busco agora, quase em vão, quando pernas já não tenho pra correr; quando ouvidos já não tenho para ouvir; quando olhos já não pra ver, nem cabeça, mesmo, pra pensar. Oh, fiandeiras da vida, mostra-me o caminho.

quarta-feira, 4 de setembro de 2019









                                         Onde estou agora? Meu coração chora. Riso e lágrimas. O palhaço que somos. Samos?