domingo, 29 de dezembro de 2019














                                     
                                                     Qorram, corram, lo mund´está cabando nonacaba não, mundão. Dois mil se acaba e se passam vinte anos. Profetas não mais enganam. Mas se fores acabar, deixa pacabar depois, almeno depois qu´eu for. Todo dia um vai, antes de ti. hoje, Sue, Lolita, Lyon, Sim. Tempo, tempo por que devoras teus filhos?Dime? 

sábado, 19 de outubro de 2019












                              Da vitrine, a moça puxa o dedo para mim, sorrio, apenas, digo, sem gulden, gesticulando. Cara de espanto, insiste, vontade, tenho. Covarde, grana, pra o de comer. Vida espinhosa, não é Espinosa? Eu te pergunto, tu não respondes?

quarta-feira, 9 de outubro de 2019


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                       Lá no Porto d´Amsterdam, enquanto cantam os navegantes, eu danço feliz com os marujos. Lá no Porto d´Amsterdam os marinheiros dormem o sono cansado na labuta no mar. Lá no porto d´Amsterdam tem marinheiro que dança esfregando sua pança na  pança de belas putas. Que são belas todas putas por marinheiro distante. Lá no porto d´Amsterdã, eles cheiram a bacalhau. a boca de peixe, a boca sente a cerveja.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019







        



                             Amsterdam, Amstelredamme que fazes tu nestas horas, onde uns dormem o sono dos justos e outros vivem a vígília dos vadios, dos malfeitores, das prostitutas, dos insanos, dos depressivos, dos que trabalham para dar lazer aos notívagos? Tu que vistes viver Van Gogh e Rembrandt e aturaste o mestre Bento Espinosa, como estás a esta hora? Quantos gritos, quanta dor, agora tu suportas? Cala a mão do cafetão batendo na quenga, Ina, a bela e doce Ina. Dois filhos pra criar na Moldávia com a avó. E quer estudar, e precisa comer e vestir. Oh! vil metal, em que mãos estás? Eu, vendendo o  corpo pra comer. Mondo cane. Cavara, Jacopetti e Prosperi imaginariam isto? O que é preciso destruir para reconstruir? Ik wil dat un dood.  Aí eu corro pra galera.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019












                              Uma diz que devo dar graças a Deus por ter-me posto dentro de sua casa, outra, sou pai apenas para pagar suas vontades. Digam-me, então, que Deus é este? Um bom filho da puta que permite a exploração de uns sobre os outros. Eu queria mesmo que existisse Deus para estar cara a cara com ele e cuspir na cara dele. Se é o tal, o bom, o misericordioso por quê permite tanta ignomínias? Onde está a justiça dele? Por quê permite ele tanta gente ruim no mundo? Se todo poderoso é, por quê não manda matar a metade dos que vivem na terra? E lá eu stou preocupado em que eu vá no meio? Limpe-se a terra. Hiroshima e Nagasaki não serviram de exemplo. Os milhões que a Igreja matou, foi mesmo que nada. Mate-se, Mate-se, Mate-se, o homem se reproduz mais que rato. Estas guerras são muito tímidas, é preciso matar mais gente, talvez sobrem alguns bons, posto que vaso ruim não quebra, mas talvez o ditado não se confirme. ??? Por quê não voltas Gengis Kan? Por quê continuas escondido, sem que se saiba onde estás? E tu Tamerlão, Ferro-Manco, por quê não vens emparedar esta gente? !!! O outro faz  velório para cachorro com flores, música fúnebre e  carpideiras. A nós, os ossos. Que venham os guerreiros encapuzados de foice em riste despencando sobre as cabeças ocas, vazia, ou cheias de merda. Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer, não é verdade Pessoa?

domingo, 8 de setembro de 2019


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                               Moiras, Parcas minhas, revela-me o segredo que me atormenta. Um dia tudo não será revelado, por quê esta atroz espera? Se novo, nada há sob o sol, por que me não revelar antes? Se embaixo, no fundo mar, estiver, diz-me,  jogar-me como pedra pesada na tua busca, que não leve esta angustia para os infernos, onde não mais possa discernir a verdade. Choro agora, enquanto não secam a lágrimas que levam ao abismo. Busco agora, quase em vão, quando pernas já não tenho pra correr; quando ouvidos já não tenho para ouvir; quando olhos já não pra ver, nem cabeça, mesmo, pra pensar. Oh, fiandeiras da vida, mostra-me o caminho.

quarta-feira, 4 de setembro de 2019









                                         Onde estou agora? Meu coração chora. Riso e lágrimas. O palhaço que somos. Samos?

sexta-feira, 24 de maio de 2019










                   Eu nela e ela em mim. Felicidade maior não há. O bar, quem há-de saber onde? E lá ia eu querer saber onde estava? Tu e eu. Eu e tu. Felizes, meio séclo de espera. Nos quartos, lá em cima. Tu pediras um. Conversar. Teu marido, morrido. Eu, receoso,  os três, colegas. Tu me disseras. Você ainda está com ela. E eu te dissera. Preciso me livrar dela. Como? Eu não tivera coragem de avançar, tu te lembras? Quantas vezes tentara? Tu não me ajudavas! Tu te lembras, aquela noite. A gente correu de seu David, acho que foi preconceito nosso, talvez não quiséssemos que na segunda toda a OAB soubesse. Tu mais do que eu. Toda vida fui meio desligado destas coisas, mas o impulso fora espontâneo. Quantas e quantas noites juntos e nunca trocamos um beijo. Vejo-te agora encanecida e quanto me arrependo de não te ter tomado em meus braços, mesmo diante de tuas negativas. Seria medo de te perder? Diz-me agora, o que sentias por mim? Diz-me agora, tu também te arrependes? 

sexta-feira, 29 de março de 2019

                  












                                                  Vou. Até onde me lembro, onde possa, onde ela me deixa, onde ele se mostre. Oh, Tágides minhas,  se corresses em nossas águas, pra dizer que éreis minhas, por certo, pedir-te-ia engenho e arte para buscar no mais profundo de mim o quanto há arrancando-o para sempre trazendo de volta a leveza, então. Ela estava atacada. Quando está assim, não adiantam argumentos. Só o silêncio a vence. O silêncio é de ouro, diz o mundo, e, há-de se repetir o lugar comum, pois é uma verdade. O vazio vale mais que o verbo.

domingo, 17 de março de 2019














                           
                          Vi, surpreso, enquanto cuidava dos cachorrinhos. Ela andava, pra lá e pra cá, nua, inteiramente, para que o cara a visse. Não tinha certeza. Tinha, ele?  Vi, não lhe dei atenção, cuidava de meu trabalho. Ardi, indignado. O que lhe faz agir assim? Quem me pode explicar? Aliviar-me desta angustia? Se felicidade não me podes dar, tampouco quero teu tormento. Vontade de esganar-la, mas, ao tocá-la não tinha forças. Expliquem-me, o porquê disto. Só aumenta o meu flagelo. Oh, magos de todo o mundo, trazei-me um milongo para mim.

quinta-feira, 7 de março de 2019











  


                                               



                                             Pediu-me para telefonar. Telefone, nascido de um ato de amor. Se não fosse Meucci, existirias? Ah. amigo Meucci, não sabias, no longínquo 1856, que teu telettrofono, iria me causar tantas dores. Inda assim, acedi. Quem estará lá? Que segredos trocarão? As cartas e os bilhetes eram mais denunciadores. Progresso. Muito bom. Traz conforto e comodidade, mas também angústia, preocupação e perigo. Dias virão, talvez, em que não se possa nada esconder. Mas será melhor que a dúvida? 






                                                       

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
















                         
                                     Luiz se adiantou sobre as meninas, eu fiquei naquele papo de intelectual que não agrada ninguém. Intelectual de merda, pois, hoje, reconheço o quanto ainda era verde. Quem começa a estudar praticamente aos dez anos não pode se arvorar em ter o mesmo conhecimento de quem começou aos cinco ou antes dos cinco. Mais afoito, Luiz, mais seguro. Sobrinho de governador. Estes caras vão na certeza ganhar. O dinheiro lhes dá segurança. Quem diz que não, está apenas tentando se enganar. Isto não consola ninguém, pode até aumentar uma certa raiva. E assim que alguns se tornam de esquerda?

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

LE TAMBOURIN











                            No Le Tambourin espero os turistas. Meu ganha-pão. Um deles. Levar ao museu explicar-lhe sobre as obras lá expostas. Isto me obriga a estudar pintura e sobretudo a obra de Van Gogh. Gosto de fazer ponto no café. Vejo gente de todas as partes do mundo e às vezes lhes sirvo de guia, mesmo não falando bem o inglês. Aqui, quando me canso de observar os fregueses. observo o ambiente, visto mil vezes.

domingo, 13 de janeiro de 2019

TE LEKKER












                 

                                       É muito gostoso estar aqui, gozando as delícias da liberdade, sem se preocupar com o excesso de proibições, embora levante cedo para ajudar a colocar o café da manhã, (Os romanos, chamavam jentaculum, palavra mais feia, e, não era café coisa nenhuma, era só pão embebido em vinho ou azeite, queijo, ovos, geralmente de gansa e ovos, em geral de cabra ou ovelha). Quanto foi boa a acolhida do YMCA Amsterdam. Como um segundo lar. Dias felizes junto a Hansje e demais pessoas. Que serei eu daqui 50, 60 anos?

domingo, 6 de janeiro de 2019







                                Tudo que sou mesmo, é um cambembe. De que tenho medo mesmo? Se der errado, que se lasque, é por isto mesmo que gente mil vezes mais capaz do que eu, está no maior sucesso. Perfeccionismo? Que para o inferno o perfeccionismo. Manda brasa cara. Que se dane o mundo, eu não me chamo Raimundo. Todo mundo quer exigir perfeição nos outros, mas ele mesmo não o menor esforço para ser perfeito no que faz. Aliás, cansado, estou por aqui, (passo a mão pelo gogó?) de consertar erros dos outros e eles levarem a fama. Direi agora, não tenho tempo, não sei fazer isto, ou então, só conserto se me der crédito ou direitos autorais. Tenho que ser firme.