sexta-feira, 24 de maio de 2019










                   Eu nela e ela em mim. Felicidade maior não há. O bar, quem há-de saber onde? E lá ia eu querer saber onde estava? Tu e eu. Eu e tu. Felizes, meio séclo de espera. Nos quartos, lá em cima. Tu pediras um. Conversar. Teu marido, morrido. Eu, receoso,  os três, colegas. Tu me disseras. Você ainda está com ela. E eu te dissera. Preciso me livrar dela. Como? Eu não tivera coragem de avançar, tu te lembras? Quantas vezes tentara? Tu não me ajudavas! Tu te lembras, aquela noite. A gente correu de seu David, acho que foi preconceito nosso, talvez não quiséssemos que na segunda toda a OAB soubesse. Tu mais do que eu. Toda vida fui meio desligado destas coisas, mas o impulso fora espontâneo. Quantas e quantas noites juntos e nunca trocamos um beijo. Vejo-te agora encanecida e quanto me arrependo de não te ter tomado em meus braços, mesmo diante de tuas negativas. Seria medo de te perder? Diz-me agora, o que sentias por mim? Diz-me agora, tu também te arrependes? 

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