E eu era a única branca na prisão e, tu estás nos Estados Unidos que se vangloria de ser uma democracia. Uma democracia que usa as prisões para segregar; para matar negros e não saxões em doses homeopáticas; muito barato o sistema. Os brancos saxões pagam parte de tua despesa, o resto tu o pagas com tua escravidão; mudou muito pouco, non é vero? As mulheres negras estavam ali, algumas há anos e muitas nunca tinham ouvido no meu nome e tampouco viram qualquer dos meus filmes. Elas tinham coisas muito mais importantes para tratarem. Um passado, um presente e um futuro jogados fora; ou roubados pelos saxões; elas, imagino, deveriam querer minha morte, causa única de suas prisões; agora entendo o terror que os piratas saxões infundiam no mundo; onde que passassem, pilhagens, estupros e sangue. Uma Bíblia nu’a mão e noutra, a espada suja de sangue. Um Deus saxão furava os tambores da terra; em frente à minha cela ficava sempre um guarda, branco, evidentemente, para me proteger; eles, na verdade, não queriam que eu, a branca, sofresse qualquer constrangimento, embora, o sofrimento estivesse ali, em cada canto. Não