segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

           
















                                                     No  quarto do hotel. Era Recife, Amesterdão? Eu estava dormindo, parecia estar dormindo. Ela se arrumava para sair. Eu a olhava de esguelha, não queria que ela descobrisse que eu estava acordado. Mas eu precisava sair e queria que ela se arrumasse depressa para eu pegar minhas coisas e sair.   Em nenhum momento a vi sem roupa. Ela fazia cera, dava a impressão de não querer. Não se sabe como o hotel errou, hospedando-a no num apartamento já ocupado. Seria a força do destino? Estava cansado, começara a arrumar as coisas e me deitara um pouco, tirar uma soneca, descansar.  Ela chega. A caixa de charutos. O convite a fumar juntas. Cachimbo da paz. Quereria ela dizer alguma coisa sobre nós? Temi por isto. Não queria que todos soubessem de nossa situação. A vida íntima de um casal só eles dois interessa. Ninguém mais há de ter ciência. Fim das confissões, quando a pobre mulher ia dizer seus pecados ao padre e este aproveitava para assediá-la.  A festa em Capela. Era Capela   mesmo ou outra cidade qualquer, sem nome, sem cara? O mordomo com cara de mamãe-sacode. O gerente do hotel, cheio de dedos. Os comentários maliciosos. O dia em que lhe ofereceram uma mulher num hotel em Brasilia. Não pedira nenhuma mulher. Eles oferecem mulheres assim, como se oferecem bombons. Que mundo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário