quinta-feira, 12 de julho de 2018

















                                          Quem (Wie, diz o holandês) há de me socorrer quando por ti, choro lágrimas de sangue, não as de Joelma Calypso. Ah! se tu soubesses o que vai aqui dentro. Tu, que em impeto abrasas escondido, Tu, que em rosto corres desatado, quando fogo em cristais aprisionado, quando cristal em chamas derretido; Se és fogo, como passas brandamente? Se és neve, como queimas com porfia? 
                                   Derrama, sem doer, sangue meu, alma exangue, como extrair o sumo da vida? Bloed, bloed, quem te fará estancar? Por quem choras, alma minha? Se vires qu´inda posso merecer-te,  saudade minha, não hesites em fazê-lo,  dá-me a saber.
                                          Desde que te vi, amor meu, lutei por ocultar esta paixão. Em vão, ela me tomou inteiro o coração. Então gritei ao mundo, meu grande amor, fiz ver a todos minha dor, que todos saibam, dês o dia em que te vi, cativo estou.
                                           Nem sei mais onde estavas, dia fatídico, estranhas  horas. Horas estranhas. Era tarde no meu sertão. Os papagaios, ajuruetês, voavam alto, em dois, sempre o casal, fidelidade em cem anos, sempre em par. 

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