sábado, 22 de setembro de 2018








                                              Solidão não rima com alegria, nem com felicidade. Rima com cão, sofreguidão e uma infinidade de palavras em ão das quais o português é rico e único no mundo a ter este sufixo nominal que, por sua nasalidade, é o terror dos estrangeiros ao pronunciá-lo. Não, eu não sinto solidão, porque gosto de ficar só, desde que tenha qualquer amigo à vista com quem possa conversar. Mas mesmo quando não encontro amigos, saio por aí e puxo conversa com qualquer um e daí a pouco já estou num papo firme. O Holandês não é como brasileiro, mas tampouco é como o alemão ou o francês. Ele até topa um papo com desconhecido. Nunca me esqueço. Cheguei num bar, vi um estrado, um microfone e observei que estava ligado. Parece que adivinhei. Não recordo, comecei a cantar Erev Shel Shoshanim e o patrão veio numa alegria inefável me acompanhar. Não tinha a menor ideia de que fosse judeu, pois o era e daí em diante tinha mais um amigo em Amsterdam.

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